Desde julho de 2016, foi sancionada uma lei que permitia ao trabalhador da iniciativa privada fazer um empréstimo consignado privado, com desconto na folha de pagamento e garantia do FGTS. Uma garantia que foi formulada por 10% do Fundo e 40% da multa paga pelas empresas em caso de demissão sem justa causa.
Mas, as instituições financeiras não tinham uma garantia do valor sobre o FGTS, pois eram informados sobre os valores referentes ao saldo do FGTS do trabalhador no momento em que ele era demitido da empresa. E ainda haviam casos em que o funcionário utilizava o Fundo para financiamento imobiliário, comprometendo os valores de garantia.
Mas, o que é o consignado privado?
Algumas empresas já oferecem o empréstimo consignado para funcionários. Essa modalidade conhecida como consignado privado, é disponibilizado por empresas privadas que são conveniadas à alguma instituição financeira.
O consignado privado é semelhante ao empréstimo consignado autorizado para aposentados e pensionistas do INSS. Porém, nesse caso, o desconto é automático na folha de pagamento do funcionário.
O que mudou
A Caixa criou um sistema que permitirá a qualquer agente financeiro obter informações sobre a conta vinculada do trabalhador. Isso facilitará para que outras instituições possam conceder a linha de crédito com mais segurança e garantia.
O empréstimo poderá ser concedido em até 48 meses, mas o valor a ser liberado dependerá do saldo da conta vinculada do FGTS. Contando que 10% do fundo será como garantia em caso do não pagamento. Da mesma forma, haverá um documento em que o participante aceita repassar a multa de até 40% (dependendo do valor do empréstimo) do seu saldo, que vai receber se for demitido sem justa causa, para o banco.
Juros
O limite para essa linha de crédito é de 3,5% ao mês. A taxa sofre variações de banco para banco, conforme a tabela do banco central apresenta:
Para verificar a tabela completa de outros bancos, acesse: Banco Central – Pessoa Física – Crédito Pessoal Consignado Privado
Podemos dizer que essa linha de crédito é um facilitador para pessoas físicas que estão endividadas. A taxa de juros é mais baixa que do empréstimo pessoal, com juros em torno de 4,33% e 5,79% ao mês.
A nova modalidade pode ser útil para pessoas que se enrolaram com o cheque especial, uma linha de crédito “facilitada”, quando não paga dentro do prazo, tem juros de até 12%. Além disso, muitas pessoas acabam se complicando com o rotativo do cartão de crédito, que cobra taxas entre 9% e 11% ao mês.
Qualquer funcionário poderá ter a linha de crédito?
Como mencionado anteriormente, a empresa precisa ter um vínculo com um banco onde tenha o convênio de consignado ativo.
Os requisitos para obter o crédito pela Caixa são vários, mas dentre eles estão:
- empregador possuir convênio de consignado ativo com a Caixa;
- empregado possuir margem consignável disponível para averbação de parcela em folha de pagamento;
- empregado com vínculo empregatício de, no mínimo, 12 meses junto à empresa do setor privado;
- cliente receber salário em conta-corrente da Caixa;
- ter saldo de FGTS compatível com o valor do empréstimo desejado;
- a margem consignável é de até 30% do salário.
Informações: G1
Cada banco tem seus critérios e juros a aplicar. Lembrando que, a empresa não é obrigada a ter esse convênio junto as instituições financeiras. Mas, podem solicitar uma análise junto ao banco para verificar a possibilidade dessa linha de crédito aos funcionários.
Mesmo com taxas relativamente baixas, é muito importante o funcionário se atentar ao valor que será descontado do salário. O melhor é se planejar para conseguir pagar as parcelas em dia. Caso contrário, o desconto poderá ser feito do seu FGTS (que foi dado como garantia).
Vale a pena avaliar o valor que sairá ao final do empréstimo. Pois, mesmo com juros baixos, dependendo do tempo e do valor, os juros podem acabar não compensando.
Exemplo:
Em um empréstimo de R$ 2.000,00 reais, parcelado em 24x vezes com juros de 2,20% ao mês, a parcela será de R$ 108,15 reais. O valor ao final ficará de R$ 2.595,60 reais. Então, podemos dizer que o empréstimo obteve juros de R$ 595,60 reais.
Lembrando que o cálculo acima é somente um exemplo. O valor pode variar conforme o tempo de parcelamento, valor solicitado e a taxa de juros aplicada pelo banco.
É importante se atentar que empréstimos mais longos, o funcionário poderá desembolsar quase o dobro ou dobro do valor que foi emprestado inicialmente.
Informações: Estadão, G1 e Banco Central
15 comentários sobre “Consignado com garantia do FGTS para funcionários.”
Os comentários estão fechados.